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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Acontecimentos no ano de 1525

  • A chegada de Catarina de Áustria a Portugal
Catarina de Áustria chega a Badajoz no dia 7 de Fevereiro de 1525, ficando ai a residir durante 6 dias antes de entrar em Portugal, assistindo a inúmeras festas  que incluíam bailes e outros festejos muitos de cariz popular, que tiveram continuidade durante o tempo que demorou a deslocação de todo o séquito que D.Catarina trouxera, no percurso inicial da entrada em Portugal.

O encontro entre D.João e D.Catarina foi em Estremoz, onde o rei chegara de forma anónima. No dia seguinte  o rei ne a rainha foram ouvir missa na igreja de São Francisco, acontecendo um baile à noite, realizando-se inúmeras touradas durante o dia.


  • Cortes de Torres Novas

Estas Cortes foram marcadas por muitos protestos dos populares face à situação do reino, fosse pela falta de mão de obra na lavoura, fosse pela administração da justiça, fosse ainda porque os cristãos-novos, alegadamente, envenenavam cristãos-velhos (a questão era candente: estava-se num ano de peste e a profissão médica era dominada por judeus conversos e seus descendentes). Isto terá justificado D. João III no seu pedido ao papa de instituição do Santo Ofício no reino. Foi ainda decidido que se passariam a realizar Cortes a intervalos regulares de dez anos (disposição que de forma alguma se veio a cumprir) e foram aprovados impostos destinados a custear o dote da infanta D. Isabel, que se iria casar com Carlos V.

Fonte:Infopédia


  • Casamento da Infanta Isabel e Carlos V
Acabadas a s cortes de Torres Novas  e o contrato de casamento ali celebrado, perante os embaixadores de Carlos V, Carlos Popet e o seu conselheiro Juan de Zuniga  e os procuradores do rei de Portugal, D.António de Noronha e Pêro Correia, a corte passa então para Almeirim, para se celebrar o casamento.

Assim no dia 1 de Novembro, no paço régio em Almeirim realizou-se o casamento de sua irmã Isabel com o imperador Carlos V. Recorde-se a importância deste casamento para Portugal, um sonho de D.Manuel, que a unia ao soberano mais importante do Ocidente, filho de Filipe o Belo, herdeiro de Maximiliano I imperador Germano-Românico e Joana cognominada a Louca, herdeira dos Reis católicos de Espanha.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Acontecimentos no ano de 1524

  • Conferência de Badajoz
Reunião de peritos (cartógrafos, cosmógrafos, pilotos, etc.) ocorrida em 11 de Abril de 1524, destinada a resolver a questão da posse das Molucas, em dúvida devido à dificuldade de determinar o meridiano acordado no Tratado de Tordesilhas.

A delegação portuguesa incluía personalidades como António de Azevedo Coutinho, Diogo Lopes de Sequeira, Lopo Homem e Simão Fernandes.

O
diferendo foi resolvidocom o Tratado de Saragoça de 1529.
  • Casamento com Catarina de Áustria
O casamento por procuração de D.João III com D.Catarina realizou-se em Burgos no dia 8 de Julho de 1524,durante uma viagem do imperador Carlos V a Espanha, que assistiu à cerimónia com todo o seu séquito que incluía a irmã mais velha Leonor, viúva do nosso rei D.Manuel e que no ano anterior já tinha regressado a Espanha. Mais tarde Carlos V exigiu que a irmã voltasse a casar, considerando que aquele casamento tinha sido provisório, eventualmente porque a dispensa papal devido à consanguinidade entre os noivos (primos direitos) e que custara a a D.João 6000 ducados, tanto quanto pagara a Clemente VII e que só chegara a Espanha a 25 de Agosto daquele ano Voltou portanto a realizar-se em Tordesilhas, onde a rainha de Portugal permaneceria até ao ano seguinte enquanto preparava o numeroso séquito que a acompanharia a Portugal

sábado, 7 de julho de 2012

Acontecimentos no ano de 1523

  • Damião de Góis é nomeado feitor em Antuerpia
De família nobre, Damião de Góis era filho do almoxarife Rui Dias de Góis, valido do Duque de Aveiro e da sua quarta esposa 'Isabel Gomes de Limi, descendente de Nicolau de Limi, fidalgo flamengo que se estabeleceu em Portugal.

Devido à morte do seu pai, a formação de Damião de Góis foi feita na corte de D. Manuel I, a qual integrou aos nove anos como moço de câmara, e onde passou 10 anos contactando com figuras como Cataldo Sículo e o próprio futuro rei D,João.

Em 1523, D.João já rei manda-o para a Flandres como escrivão da Feitoria Portuguesa de Antuérpia, instituição que negoceia as mercadorias vindas do Oriente.
  • Nascimento de D.Manuel filho natural
Manuel, Infante de Portugal, tido em 1523 de Dona Isabel Moniz, moça da câmara da Rainha Dona Leonor, viúva de Dom João II, e filha de um alcaide de Lisboa apelidado O Carranca.

Passou seus primeiros anos em Sintra no mosteiro de Penhalonga. Seu nome foi mudado para Duarte para evitar confusão com o nome do herdeiro legítimo: assim, foi chamado Duarte de Portugal (1523 - 1543), arcebispo de Braga.

Permaneceu no mosteiro da Costa em estudos até 1542. Em 1542 o rei o autorizou a sua visita na corte.

Homem extremamente culto, traduziu para o latim a maior parte da Crónica de Dom Afonso Henriques de Duarte Galvão. Recebeu do Papa Paulo III a Sé de Braga, onde entrou em 12 de Agosto de 1543. Faleceu a 10 de Novembro deste ano, de varíola.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Acontecimentos no ano de 1522-2ºparte

  • Embaixada enviada a Carlos V
Luís de Silveira, embaixador extraordinário de D.João III, partiu em Setembro com uma faustosa embaixada , portador de amplos poderes e de instruções precisas para dar continuidade ao projecto de casamento da infanta D.Isabel, filha de D.Manuel com o imperador Carlos V, dando seguimento ao projecto há muito alimentado por D.Manuel para casar a infanta portuguesa com o rei mais poderoso da Europa.

Segundo se diz no portal da História

Havia na corte muitos invejosos do valimento de que gozava Luís da Silveira, que aproveitaram com jubilo esta ocasião de o verem fora da corte. Luís da Silveira ganhou nesta embaixada a amizade de Carlos V, mas perdeu a privança de D. João III.

Procedera sempre na embaixada com grande bizarria e fausto, e isso mesmo lhe era lançado em rosto. Quando voltou a Portugal, e foi a Évora apresentar-se ao soberano, foi acolhido com bastante frieza, o que muito o magoou.

As cartas elogiosas que Carlos V escrevera a seu respeito, longe de lhe fazerem bem, o prejudicaram muito. Luís da Silveira percebeu, que já nada tinha que fazer na corte, e pediu licença para se retirar ás propriedades que possuía em Góis,D. João III deu-lhe logo a licença pedida, e ao mesmo tempo, fingindo que satisfazia assim os desejos de Carlos V, deu a Luís da Silveira a vila e o título de conde de Sortelha

  • Política neutral face ao imperador e aos franceses
Várias vezes assediado quer por Francisco I rei de França, quer por Carlos V, para Portugal alinhar num dos lados do longo conflito que os separava, Em Março deste ano D.João III recusa integrar uma liga contra a França, a pedido do imperador, a quem em Fevereiro enviara uma delegação chefiada por João da Silveira, continuando uma política de imparcialidade entre os envolvidos naquele conflito, sendo que com ambos tinha litígios nomeadamente o caso das Molucas com Carlos V ou a pirataria a navios portugueses com os franceses

terça-feira, 24 de abril de 2012

Acontecimentos no ano de 1522

  • São Tomé é incorporado nos bens da coroa

João de Melo na sua actuação enquanto capitão donatário desde 1517 quando sucedeu a seu pai seguiu em quase tudo, uma continuação da política do seu antecessor.

Privilegiando, como actividade económica, o tráfico de escravos e investe pouco na agricultura vindo a praticar várias ilegalidades que levam a que seja obrigado a embarcar sob prisão para Lisboa.

Mesmo nessa viagem a que foi coagido, continuou, no entanto, a acumular infracções, já que permitiu que embarcassem com ele quatro degredados que, na ilha, estavam deportados por toda a vida.

Além disso, tendo-se cruzado no alto mar com um navio que se dirigia para São Tomé, fez-lhe sinal, a pretexto de querer enviar correio. Ao saber que, a bordo, seguia um tal Gil de Góis, degredado para São Tomé por morte de certos homens, exigiu que o capitão lhe entregasse, sob ameaça, não só o homicida como um seu criado.

As autoridades perdem, em seguida, o rasto dos degredados e do capitão, que quebrara irremediavelmente sua menagem e fidalguia.

Julgado à revelia, foi sentenciado pela Relação, em 19 de Dezembro de 1522, a degredo perpétuo para a ilha do Príncipe (por ser cavaleiro da Ordem de Cristo não pôde ser castigado com pena maior). Além disso, o rei manda que perca a dita capitania [de São Tomé] para nós dela podermos fazer o que houvermos por mais nosso serviço, do que veio a resultar a incorporação da ilha, nesse mesmo ano de 1522, nos bens da coroa.

  • O acordo de Sunda Kalupa

Devido ao crescente domínio islâmico o rei hindu de Sunda procurou ajuda junto dos portugueses, procurou fazer um acordo de comércio e de protecção militar, convidando a construírem uma fortaleza no seu principal porto a actual Jacarta.

O comandante da fortaleza de Malaca era Jorge de Albuquerque que enviuou Henrique Leme com valiosos presentes para celebrar esse acordo que aconteceu a 22 de Agosto de 1522 e pelo seu texto além de permitir a construção da referida fortaleza, onde os portugueses poderiam carregar muitos navios com pimenta e outras especiarias.

Além disso prometia a cada ano a doação de mil sacos de pimenta, mais de 20 tolenadas para o rei de Portugal, por certo a troco do referido apoio militar

Os portugueses não conseguiriam cumprir a promessa de voltar no ano seguinte para a construção da fortaleza

quarta-feira, 21 de março de 2012

A aclamação do novo rei

A tradição do reino que a aclamação do novo rei acontecesse 3 dias depois da morte do anterior rei. Desta vez por várias razões entre elas o mau tempo que em Dezembro, acontecia no reino de Portugal, a cerimónia só aconteceu no dia 19 de Dezembro, como estava determinado no alpendre do Convento de São Domingos, no Rossio em Lisboa.

Tinha D.João 19 anos, tendo se apresentado na cerimónia ricamente vestido de acordo com a sua condição de soberano dum dos países mais ricos da época. Acompanhado de seus irmão os infantes D.Luís e D,Fernando e de todos os grandes do reino o séquito seguiu a cavalo fazendo o percurso entre o Paço Real e o referido convento.

Esperava outro dos seus irmãos o cardeal infante D.Afonso, que do alto da veterania dos seus 14 anos, já ostentava aquele título desde 4 anos antes quando o papa Leão X o nomeara cardeal.

Depois do discurso do doutor Diogo Pacheco, seguiu-se o juramento de D.João colocando as mãos sobre o evangelho e uma cruz de ouro, declarando

Juramos e prometemos de com a graça de Deus, vos reger e governar bem e directamente e vos ministrar directamente justiça, quando a humana fraqueza permite e de vos guardar vossos bons costumes, privilégios, graças, mercês, liberdade e franquezas, que pelos reis passados, nossos predecessores, vos foram dados e outorgados, confirmados e dados por El-rei, nosso senhor e Padre, cuja alma Deus haja.

Seguiram-se os juramentos de fidelidade de toda a nobreza, encabeçadas naturalmente pelo seus irmãos como figuras mais destacadas da corte, após o que foi ouvido tradicional anuncio feito por 3 vezes, pelo alferes-mor o conde de Tarouca

Real, real, real, pelo muito alto e muito poderoso Senhor El-rei D.João nosso senhor.

No regresso ao Paço, para além das manifestação de jubilo popular, perante o cortejo real, o Rei recolheu a um cenário de luto pela morte de seu pai, despojando as luxuosas vestes e recolhendo-se a uma câmara paramentada de panos pretos.

Na sexta-feira seguinte D.João III visitou nos seus aposentos a rainha viúva D.Leonor, que lhe terá manifestado o desejo de se recolher ao Convento da Madre de Deus, o que viria a acontecer