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quarta-feira, 21 de março de 2012

A aclamação do novo rei

A tradição do reino que a aclamação do novo rei acontecesse 3 dias depois da morte do anterior rei. Desta vez por várias razões entre elas o mau tempo que em Dezembro, acontecia no reino de Portugal, a cerimónia só aconteceu no dia 19 de Dezembro, como estava determinado no alpendre do Convento de São Domingos, no Rossio em Lisboa.

Tinha D.João 19 anos, tendo se apresentado na cerimónia ricamente vestido de acordo com a sua condição de soberano dum dos países mais ricos da época. Acompanhado de seus irmão os infantes D.Luís e D,Fernando e de todos os grandes do reino o séquito seguiu a cavalo fazendo o percurso entre o Paço Real e o referido convento.

Esperava outro dos seus irmãos o cardeal infante D.Afonso, que do alto da veterania dos seus 14 anos, já ostentava aquele título desde 4 anos antes quando o papa Leão X o nomeara cardeal.

Depois do discurso do doutor Diogo Pacheco, seguiu-se o juramento de D.João colocando as mãos sobre o evangelho e uma cruz de ouro, declarando

Juramos e prometemos de com a graça de Deus, vos reger e governar bem e directamente e vos ministrar directamente justiça, quando a humana fraqueza permite e de vos guardar vossos bons costumes, privilégios, graças, mercês, liberdade e franquezas, que pelos reis passados, nossos predecessores, vos foram dados e outorgados, confirmados e dados por El-rei, nosso senhor e Padre, cuja alma Deus haja.

Seguiram-se os juramentos de fidelidade de toda a nobreza, encabeçadas naturalmente pelo seus irmãos como figuras mais destacadas da corte, após o que foi ouvido tradicional anuncio feito por 3 vezes, pelo alferes-mor o conde de Tarouca

Real, real, real, pelo muito alto e muito poderoso Senhor El-rei D.João nosso senhor.

No regresso ao Paço, para além das manifestação de jubilo popular, perante o cortejo real, o Rei recolheu a um cenário de luto pela morte de seu pai, despojando as luxuosas vestes e recolhendo-se a uma câmara paramentada de panos pretos.

Na sexta-feira seguinte D.João III visitou nos seus aposentos a rainha viúva D.Leonor, que lhe terá manifestado o desejo de se recolher ao Convento da Madre de Deus, o que viria a acontecer